Só para relaxar......

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15 de abril de 2011

Louco ou Doido??? Um transtorno mental

O que é uma pessoa esquizofrênica? Segundo uma definição que ouvi recentemente: "a esquizofrenia é pior do que a demencia porque o demente imagina os castelos enquanto o esquizofrenico alem de criar os castelos ainda habita estes castelos", então esta definição serve literalmente para Dom Qixote este que imaginava na venda um castelo e la habitou diversas vezes. Mas qual será que era a intenção de Cervantes ao escrever este livro? Será que era somente contar a história deste esquizofrenico? Absolutamente, não. Cervantes queria sobretudo fazer uma crítica aos romances de cavalaria, ele constroi este romance com este objetivo: fazer um crítica literária a romances que de tão ruins (segundo Cervantes ) que são bem capazes de fazer uma pessoa normal se tornar esquizofrenica.

E para isto aqueles infindáveis dialogos sobre os romances de cavalaria, criticando-os, as análises do Cura sobre os mais diversos livros deste gênero, na maioria das vezes falando mal deles. É para satirizar estes romances que existem aqueles mais improváveis encontros, que certamente existem nos já referidos romances, e a busca de Dom Quixote em cada um dos momentos de sua vida de uma aventura coisa visivelmente irreal, ainda as incoerências tal como dar uma ilha a um campones e tantas outras que existem no livro, tudo o que era encontrado nos livros de cavalaria Cervantes fez querstão de caricaturizar.

Mas além disso o que representa o esquizofrênico Dom Quixote? Bom, talvez a busca por um ideal no meio da horrível realidade, que tão facilmente diriamos se representar por Sancho, sempre apresentando a realidade, ao idealista , a aquele que constroi os castelos: Quixote, Sancho é o responsável por destrui-los e talvez um pai que acaba com os sonhos do seu filho inocente, mas Quixote é persistente, sempre busca respostas para manter seus castelos em pé. Mas mesmo tentando manter estes castelos eles nunca vão persistir por serem somente imaginários, o sonho da criança é sempre surreal. Mas será que é necessário destrui-los? Não é melhor deixar as crianças com seus sonhos? Assim elas serão mais felizes.

Acima de tudo, Dom Quixote é um grande livro, alcançando grande aprofundamento psicológico e retratando as cenas de formas realistas Cervantes com certeza criou uma obra memorável e inesquecível carregada de dois sentidos: 1º-fazer uma crítica literária e 2º-mostrar-nos o fim que levam nossos sonhos e assim caracterizar toda a espécie humana. Mostra o que todos nos somos, as vezes, esquizofrenicos.

Em outras palavaras: O que é Esquizofrenia?
A esquizofrenia é um transtorno mental de evolução crônica que se inicia quando a pessoa é ainda jovem e afeta vários aspectos psíquicos do indivíduo. Podem surgir alterações do comportamento, do humor, das percepções e do pensamento. O comportamento pode se tornar hostil, excitado e inadequado, podendo surgir sintomas catatônicos, porém isto é muito raro. O humor pode apresentar-se depressivo ou irritadiço, com respostas emocionais inadequadas (como risos imotivados) e, por isto, no início, o quadro pode ser confundido com um transtorno do humor. No entanto, ele se caracteriza pelos chamados “surtos psicóticos”. Nestes episódios, estão presentes as alterações da percepção, as chamadas alucinações, principalmente as auditivas. Os pacientes podem dizer que ouvem uma ou mais vozes e é comum relatarem que estas vozes fazem comentários sobre o seu comportamento. O pensamento pode ser afetado na sua forma e no seu conteúdo. Com relação à forma, a fala fica desorganizada e há dificuldade na elaboração das ideias. As alterações do conteúdo são os delírios, pensamentos distorcidos frente à realidade, sendo mais comuns os delírios de influência, os persecutórios e de grandeza (o paciente acredita ter poderes religiosos, políticos ou sobrenaturais). Ainda com relação a alterações do pensamento, o paciente pode dizer que este está sendo interceptado, roubado ou transmitido. São também muito característicos da esquizofrenia os chamados “sintomas negativos”, que são caracterizados por apatia marcante, em que o paciente fala pouco e tem dificuldade em expressar afeto.
Outros sintomas importantes são os cognitivos: ele passa a ter dificuldades de raciocínio e de memória e é importante lembrar que, embora não seja um transtorno do humor, pacientes com esquizofrenia apresentam maior risco de suicídio. O filme “Uma Mente Brilhante”, dirigido por Ron Howard, ganhador do Oscar de melhor filme em 2002, conta a história verídica de um cientista, ganhador do Prêmio Nobel de Economia, que é portador de Esquizofrenia. Ele mostra alguns dos sintomas mais típicos do transtorno, como os psicóticos. A novela exibida pela Rede Globo, “Caminho das Índias”, conta com um personagem que mostra bem o que são alucinações e delírios 

 Por quais razões a esquizofrenia se desenvolve?
Assim como a maioria das doenças psíquicas, também na esquizofrenia não foi possível até hoje descobrir a(s) sua(s) causa(s) mas há várias hipóteses. As mais aceitas atualmente são:
Fatores genéticos: há um risco aumentado da doença ocorrer em parentes de pacientes com esquizofrenia. O risco varia de acordo com o grau de parentesco (quanto mais próximo o parentesco, maior o risco).
Alterações na anatomia cerebral: vários estudos mostram diminuição do volume de algumas áreas cerebrais (ex.: hipocampo, gânglios de base etc.) e também alterações microscópicas (celulares) na mesma região. Contudo, não são todos os pacientes que apresentam estas alterações, portanto não se pode fazer o diagnóstico baseado em imagens (ex. tomografia, ressonância magnética).

Hipótese dopaminérgica: ocorreria atividade excessiva do neurotransmissor “dopamina“ que existe normalmente no cérebro. Esta é a hipótese mais importante mas não explica todos os sintomas da esquizofrenia, pois há outros neurotransmissores envolvidos.
Alterações no desenvolvimento do sistema nervoso central: estas alterações ocorreriam durante a fase embrionária e nos primeiros anos de vida e poderiam ser:
· Complicações pré e perinatais · Alterações neuropatológicas
· Associação com anomalias físicas congênitas
· Prejuízo na adaptação psico-social durante a infância e adolescência.
Na realidade, todos estes fatores participam e hoje o que mais se aceita é que existe uma interação dos genes com o ambiente e um bom exemplo é o da maconha, que aumenta a dopamina no cérebro. Em indivíduos predispostos, que já têm genes que alteram o metabolismo da dopamina, a maconha desencadeia esquizofrenia.

 Como identificar se alguém está com o problema?
A primeira manifestação normalmente ocorre na adolescência ou no início da vida adulta. Os sintomas podem ocorrer de forma súbita ou insidiosa, lenta. Quando o início é súbito, o jovem paciente se torna angustiado, agitado, podendo chegar à agressividade. É freqüente ocorrer alteração do sono, o discurso pode ficar sem nexo e a aparência se tornar desleixada. Um sintoma considerado central é o aparecimento das idéias delirantes que podem vir acompanhadas de alucinações. Os delírios podem ser de um só tema ou serem múltiplos. Quando o início é insidioso, o comportamento vai gradativamente se alterando, o paciente torna-se mais isolado, perde o interesse pelas coisas e pessoas ao seu redor, pelo trabalho ou estudo. Podem ocorrer interesses estranhos, bizarros. Muitas vezes, nestes casos, os pais procuram ajuda e ele é encaminhado para psicoterapia. Neste ponto, é muito importante ressaltar a necessidade de um diagnóstico psiquiátrico antes de se iniciar este tipo de tratamento.
A esquizofrenia tem tratamento?
Sim. O tratamento farmacológico, com remédios, é sempre necessário e deve ser usado por tempo indeterminado. Na maioria dos casos os pacientes podem ser tratados com medicamentos chamados antipsicóticos, como é o caso da clorpromazina ou do haloperidol. Os antipsicóticos mais modernos são melhor tolerados e mais eficazes, nos casos em que não há resposta com os antipsicóticos mais comuns (são os chamados casos “refratários”), porém seu custo é elevado. No entanto, há um programa do Governo Federal chamado “medicação de alto-custo”, no qual estes medicamentos (Risperidona, Olanzapina, Quetiapina, Ziprasidona e Clozapina) são fornecidos gratuitamente a todos os pacientes.
Em São Paulo, um medicamento chamado Aripiprazol também está disponível. A Secretaria de Saúde de cada município tem as informações necessárias. É muito importante chamar a atenção para o fato de que a terapia medicamentosa é a principal forma de tratamento da esquizofrenia e que o abandono da medicação leva o paciente sempre a recaídas e hospitalizações, o que se deve evitar. No entanto, em alguns casos, na fase aguda da doença, há necessidade de internação em hospital especializado. Hoje, com o avanço do tratamento com medicamentos, o paciente fica pouco tempo no hospital, retornando logo ao convívio familiar, após a melhora do surto psicótico.
A psicoterapia ajuda muito, como tem mostrado muitos estudos, principalmente, a de orientação Cognitiva e Comportamental, a única cientificamente indicada para estes casos. Esta terapia auxilia reduzindo a interferência dos sintomas na vida do paciente. No entanto, é preciso enfatizar que a terapia não substitui a medicação e que o tratamento necessita ser combinado.

 A quem devo buscar para pedir ajuda?
Como foi dito anteriormente o uso de medicações é essencial, portanto, buscar um profissional médico deve ser o primeiro passo, preferencialmente um psiquiatra. Psicólogos, Assistentes Sociais e Terapeutas Ocupacionais também fazem parte de uma equipe multiprofissional, que proporciona um tratamento mais completo e, consequentemente, mais eficaz.

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